sexta-feira, 24 de junho de 2011

HTML5 fortalece aplicativos baseados na web para tablets e celulares

Ele tem o apoio de gigantes como Apple, Facebook, Google e Microsoft. É usado em versões eletrônicas de veículos importantes como "The New York Times", "Financial Times" e "Playboy". E pode ajudar no fortalecimento da web. Seu nome é HTML5.
Ele é a próxima grande versão do HTML, linguagem predominantemente usada na construção de páginas na web. Seus recursos possibilitam o desenvolvimento de conteúdo mais rico e poderoso na rede.
O HTML5 e outras especificações modernas permitem usar a web para, por exemplo, reproduzir áudio, vídeo, jogos e outros programas sem plug-ins (software adicional), usar recursos de arrastar-e-soltar, armazenar dados para tarefas off-line e usar informações de geolocalização.
Em muitos casos, o HTML5 é uma tentativa de padronizar recursos que já são bem difundidos na web, possibilitando, por exemplo, que diferentes navegadores trabalhem o conteúdo exibido de maneira mais inteligente e semelhante. Isso pode facilitar o trabalho dos desenvolvedores e gerar uma experiência mais agradável para os usuários.
APLICATIVOS
A atual evidência do HTML5 deve-se, em boa parte, à popularidade das plataformas móveis --smartphones e tablets--, cujos aplicativos nativos (desenvolvidos especificamente para cada plataforma) conquistaram tanto usuários quanto desenvolvedores.
Estes, pelo dinheiro. Aqueles, pela experiência de uso --os aplicativos adicionam funcionalidade ao aparelho e muitas vezes fazem uso de dados da internet de modo mais adequado, em um celular, do que sites e web apps (aplicativos baseados em tecnologias para web, geralmente acessados pelo navegador).
Esse modelo --consolidado pela Apple, com o iPhone e a App Store-- deu tão certo que a "Wired" chegou a estampar em sua capa de setembro do ano passado: "A web está morta". A internet passaria a ser usada predominantemente por meio de aplicativos nativos, não por sites e web apps.
E o que o HTML5 tem a ver com tudo isso?
Ele está ajudando a web a se manter viva em uma internet acessada por um número crescente de dispositivos móveis com aplicativos nativos. E --quem diria-- com ajuda, ainda que acidental, da própria Apple.
As regras da empresa para aplicativos na App Store levaram veículos como "Financial Times" e "Playboy" a lançar web apps para iPad baseados em HTML5 que são acessados pelo navegador. Assim, eles fogem das regras impostas pela Apple. O Facebook segue o mesmo caminho.

Essa é uma alternativa possível porque o HTML5 permite a criação de web apps poderosos, com experiência de uso cada vez mais próxima da oferecida pelos aplicativos nativos.
Hoje, os web apps ainda são muito limitados em relação aos nativos, mas a concorrência entre eles deve ficar mais acirrada com a consolidação do HTML5. Além das vantagens já mencionadas, ele torna mais fácil para desenvolvedores disponibilizar o mesmo web app para várias plataformas --processo relativamente trabalhoso com aplicativos nativos.
Para o HTML5 triunfar sobre os aplicativos nativos, porém, não basta oferecer ferramentas poderosas --é preciso convencer os desenvolvedores a investir nelas. Por isso, o Google investe na Chrome Web Store, loja de web apps que permite aos desenvolvedores ganhar dinheiro, e no Chrome OS, sistema operacional centrado em web apps.
Mas o mesmo Google também investe forte no Android, sistema centrado em aplicativos nativos. A postura da empresa é emblemática: hoje, os aplicativos nativos são melhores e mais rentáveis; amanhã, com a evolução dos web apps, o cenário pode ser diferente.

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