segunda-feira, 27 de junho de 2011

Google vê disputas crescentes sobre censura à web

As disputas entre o gigante da internet Google e alguns governos com relação à censura sobre a internet podem se intensificar, disse Eric Schmidt, presidente executivo da empresa, nesta segunda-feira (27), acrescentando temer que seus colegas de trabalho venham a correr risco mais forte de detenção e tortura em certas ocasiões.
Depois que a "primavera árabe" levou multidões em larga medida organizadas via internet às ruas, em rebeliões que derrubaram os líderes da Tunísia e do Egito, os governos de outras nações autoritárias agiram para tentar controlar a dissidência na web --embora nem sempre com sucesso.
O Google há muito tem diferenças com a China devido às restrições impostas pelo país ao uso da internet, e no ano passado abandonou parte de suas atividades no maior mercado mundial da web por número de usuários devido a preocupações quanto à censura e a uma tentativa de ataque de hackers que alega ter se originado daquele país.
Schmidt alertou que em certos países, os governos tentarão garantir que a internet venha a ser regulamentada de forma tão rigorosa quanto a televisão.
"Creio que esse problema vá se agravar", disse Schmidt em uma conferência que o Google está promovendo em Dublin sobre militância violenta.
"O motivo é que, à medida que a tecnologia se torna onipresente e os cidadãos todos se conectam, e o conteúdo ganha teor local cada vez maior e é apresentado no idioma do país, isso se torna uma questão digna de atenção regulatória, como a televisão", disse.
"Se observarmos a televisão na maioria desses países, ela sofre intensa regulamentação, porque seus líderes --semiditadores, ditadores parciais ou o que quer que os chamemos-- compreendem o poder das imagens da televisão para manter seus cidadãos controlados", acrescentou.
Os atritos entre o Google e a China ressurgiram este mês quando a empresa anunciou que havia bloqueado um esforço para roubar senhas de centenas de detentores de contas de e-mail no Google, entre os quais funcionários do governo norte-americano, ativistas chineses dos direitos humanos e jornalistas.
A empresa afirmou que os ataques parecem ter se originado da China, embora não tenha alegado envolvimento oficial. Representantes do Ministério do Exterior chinês negaram qualquer conexão com a China, alegando que o país também é vítima de ataques de hackers.

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