O Paquistão reconheceu o "sofrimento" causado pela proibição dos sites Facebook e YouTube, mas disse que só vai considerar voltar atrás na decisão se forem removidas páginas consideradas ofensivas ao Islã, informou nesta sexta-feira o Ministério de Tecnologia.
Malik disse que o governo não teve outra opção se não fechar o Facebook na quarta-feira após uma ordem judicial. "Nós sabemos que algumas pessoas estão sofrendo por causa do bloqueio, mas temos que obedecer a ordem judicial", disse Malik.
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O governo pediu que ambos os sites bloqueiem as páginas ofensivas e esperava uma resposta rápida, disse Najibullah Malik, do Ministério. A rede social Facebook disse que pode haver uma solução, mas não especificou se o site --ou o governo do Paquistão-- deveria restringir o acesso ao conteúdo.
Outros sites foram atingidos no país quando autoridades tentaram bloquear conteúdos ligados a uma página do Facebook chamada "Dia de todos desenharem Maomé!", que encoraja os usuários a publicarem imagens do profeta Maomé, supostamente em apoio à liberdade de expressão. A maioria dos muçulmanos considera ofensiva qualquer representação gráfica de Maomé.
Na quinta-feira, a desenhista americana Molly Norris, cujo trabalhou inspirou o concurso, pediu o fim da iniciativa e pediu "desculpas" aos muçulmanos.
O site de língua inglesa Wikipedia e o site de compartilhamento de fotos Flickr também ficaram indisponíveis em alguns momentos nesta sexta-feira.
Protestos
Centenas de pessoas protestaram nesta sexta-feira em Karachi, capital econômica do Paquistão, gritando "morte ao Facebook" e "morte aos Estados Unidos", para pedir a proibição total da rede social
Os manifestantes também queimaram bandeiras americanas. Os protestos foram pacíficos em todos o país, menos em Multan, no centro do Paquistão, onde alguns manifestantes bloquearam ruas queimando pneus, antes de se dispersarem calmamente.
Não foi a primeira vez que representações de Maomé enfureceram os muçulmanos. Por causa de uma caricatura feita em 2005 pelo dinamarquês Kurt Westergaard, que trazia Maomé com um turbante em forma de bomba, muçulmanos de todo o mundo realizaram protestos que deixaram pelo menos 50 mortos no Oriente Médio, na África e na Ásia.
Algumas pessoas --a maioria membros de uma elite educada e secular-- acusaram o governo paquistanês de tentar censurar a liberdade de expressão e prejudicar pequenos negócios que usam o Facebook para se promover. Muitos questionaram a necessidade de bloquear os sites inteiros, em vez de apenas páginas específicas.
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