Ma foi um dos nove trabalhadores que morreram aparentemente por suicídio em complexos industriais estreitamente vigiados, este ano, o que despertou questões sobre os aspectos mais severos da vida dos operários na região do delta do rio Pérola, na China --conhecida como "a oficina do planeta".
Os pais dizem que Ma, encontrado morto no sopé de uma escadaria do complexo em janeiro, morreu em circunstâncias misteriosas. E querem saber o motivo. "Tudo que queremos é a verdade. Não queremos nem mesmo indenização", disse o pai. A fábrica em Longhua pertence à Hon Hai Precision Industry, a gigante taiuanesa que produz computadores, consoles de videogames, celulares e outros aparelhos eletrônicos sob contratos com a Apple e muitas outras das grandes marcas mundiais. O presidente do Conselho da Hon Hai e um dos mais conhecidos empresários de Taiwan, Terry Gou, na quarta-feira conduziu a imprensa em uma rara visita ao complexo industrial na China, parte de um esforço de publicidade sem precedentes a fim de compensar a reação cada vez mais adversa diante dos possíveis suicídios. "Estou muito preocupado com isso, e nem consigo dormir à noite", disse Gou. "De um ponto de vista científico, não estou certo de que sejamos capazes de deter todos os casos. Mas, como empregadores responsáveis, precisamos assumir a responsabilidade de preveni-los ao máximo." Há muito em jogo para a Hon Hai e sua subsidiária Foxconn, que produz celulares para a Nokia e outras marcas mundiais, em meio aos crescentes apelos de ativistas por um boicote mundial a produtos como os mais recentes modelos do iPhone, da Apple. "A Hon Hai precisa enfrentar a questão imediatamente. Se não o fizer, Nokia, HP e Apple poderiam reduzir seus pedidos, devido à pressão que as vendas de seus produtos sofreriam", disse o analista Andrew Deng, da Taiwan International Securities. |
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