As alterações executivas da Microsoft na chefia de suas unidades móvel e de games, na semana passada, além de darem maior controle ao presidente-executivo da companhia Steve Ballmer sobre as iniciativas de concorrência com Apple e Google, também revelaram sua determinação em seguir a moda no mercado de computação.
Poucos esperam que as mudanças transformarão o setor de entretenimento e aparelhos da Microsoft em líder de mercado, superando iPhones e Wiis do dia pra noite. Mas a Microsoft --famosa por boas reservas e sua capacidade de absorver novas tecnologias-- não vai parar de investir nos setores de móveis e videogames.
"O fracasso não é uma opção", disse o analista do setor de tecnologia da McAdams Wright Ragen, Sid Parakh. "O Android e o iPhone estão bem na frente, será uma batalha difícil. Mas é algo que precisam fazer."
Anos atrás, a Microsoft decidiu focar seus negócios futuros no que chamou de "três telas e uma nuvem" --televisão, computador e telefone, todos conectados por meio da Internet.
"O setor móvel é uma parte essencial disso", disse Parakh. "Estamos todos cada vez mais ligados a nossos aparelhos móveis."
A fabricante de softwares tem que brigar para conseguir retomar a liderança no mercado de smartphones, após cair para o quinto lugar, atrás dos sistemas operacionais Android, do Google, o iPhone da Apple, o BlackBerry da RIM e o Symbian da Nokia.
O novo Windows Phone 7, que começa a surgir em aparelhos novos em meados do ano, pode ser a última chance para a Microsoft se manter nos corações e mentes de consumidores com as formas de computação em constante mutação.
As pessoas estão usando cada vez mais seus smartphones, que geralmente não operam com o Windows, e cada vez menos seus PCs, que na grande maioria ainda operam com o Windows. O iPad da Apple --lançado em outros nove países fora dos EUA na quinta-feira-- já se tornou um bestseller, e fabricantes de hardware estão correndo atrás do sucesso do tablet com seus próprios aparelhos, muitos dos quais não usarão o Windows como sistema operacional.
Já os negócios com entretenimento estão em melhor forma, gerando grande parte, senão todo o lucro operacional de 851 milhões de dólares da unidade de móveis e entretenimento nos primeiros nove meses do exercício fiscal.
A Microsoft vendeu 40 milhões consoles Xbox 360 e afirma ter 23 milhões de assinantes da rede Xbox Live, em que jogadores podem jogar uns com os outros em tempo real.
Após um grande fluxo de investimento, o Xbox Live é hoje o melhor exemplo de um negócio "em nuvens" de sucesso para a Microsoft, segundo Parakh, e já cumpriu seu propósito de tornar o Xbox o principal aparelho de entretenimento da casa.
Em vendas mensais, o Xbox ainda fica atrás do Wii, da Nintendo, mas a Microsoft espera mudar isso com o lançamento do Natal agora em meados do ano. O novo console conta com sensor de movimento sem controle manual.
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