O Facebook, o MySpace e outras redes sociais têm enviado dados para companhias de publicidade com os quais é possível localizar nomes de consumidores e outros detalhes pessoais --o que contraria as promessas de que os sites não compartilham informações sem consentimento.
As informações foram dadas pelo diário econômico norte-americano "The Wall Street Journal" nesta quinta-feira (19).
Defendida pela maioria das companhias, a prática consiste na cooptação e envio de nomes de usuários e respectivas identidades na internet (espécie de número de identidade, que envolve dados como nome e senha) quando internautas clicam em algum anúncio.
Ainda de acordo com o "WSJ", após questionamentos do jornal, o Facebook e o MySpace fizeram modificações nos códigos e programações.
Companhias de publicidade tiveram acesso a informações que poderiam ser usadas para ver perfis individuais que --dependendo do site e da informação que um usuário tornou pública-- incluíam nome real da pessoa, idade, cidade e profissão.
O jornal diz que várias das grandes empresas de publicidade foram identificadas como receptoras dos dados, incluindo o DoubleClick, do Google, e o Right Media, do Yahoo!. Em ambos os casos, as companhias disseram que desconheciam os dados, e que não os utilizaram.
No universo da internet, é comum que anunciantes recebam o endereço da página de um usuário que clica em um anúncio. Trata-se, normalmente, de uma sequência ininteligível de letras e números que jamais podem ser rastreados até um indivíduo. Nas redes sociais, contudo, endereços normalmente incluem nomes de usuários e outras informações pessoais que podem "orientar" os anunciantes, sem qualquer tipo de aval do internauta.
Um porta-voz do Facebook reconheceu a prática. Após o contato do "WSJ", o Facebook disse que mudou o software, a fim de eliminar o código de identificação que transmitia os dados.
Já MySpace, Hi5, Digg, Xanga e Live Journal (redes sociais menores que também estão envolvidas na denúncia) disseram que não consideram seus nomes de usuário ou números de identificação pessoalmente identificáveis, porque, ao contrário Facebook, os consumidores não são obrigados a apresentar os nomes verdadeiros quando se inscrevem para uma conta.
A porta-voz do Twitter afirma que repassar endereços de internet acontece quando pessoas clicam num link em qualquer página da internet. "É apenas a forma como a internet e seus navegadores funcionam."
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