O que o Fundo Monetário Internacional, a Louis Vuitton e a Unilever têm em comum?
Eles estão entre as muitas instituições ocidentais que aderiram ao
Weibo, uma espécie de Twitter chinês, que tem rapidamente se tornado o
lugar certo para promover produtos e ideias entre um público gigantesco e
cada vez mais importante.
Twitter, Facebook, YouTube e outras plataformas estrangeiras das mídias
sociais são bloqueadas na China pelo governo, temeroso de que o acesso
irrestrito à internet abale o poderio do Partido Comunista.
Por isso o Weibo --com cerca de 250 milhões de usuários, a maioria com
boa formação e empregados em escritórios-- está se tornando uma grande
influência na sociedade chinesa. O site é operado pela empresa Sina
Corp.
"O Sina Weibo está se tornando o bebedouro nacional da China", disse Sam
Fleming, fundador da CIC, consultoria de Xangai especializada em mídias
sociais. "É onde as pessoas partilham notícias, fofocas. Se você quiser
ver o que está acontecendo na China, abra a sua conta do Weibo."
Foi o que fez, na semana passada, Christine Lagarde, chefe do FMI. "Aos
meus amigos falantes do chinês, eis uma tradução da minha declaração na
cúpula da Apec (bloco comercial de países da Ásia/Pacífico)", escreveu
Lagarde a seus mais de 120 mil seguidores na segunda-feira.
As mídias sociais são cada vez mais importantes para empresas ocidentais
como Ford e Nestlé, que têm aumentado sua verba publicitária na
internet. Além disso, o Facebook é uma ferramenta poderosa para entender
o que seus usuários curtem ou não.
Agora, essa tendência chega à China. Com o Weibo, as empresas conseguem
falar diretamente com o público chinês. "É a forma mais rápida de se
comunicar com as plateias chinesas", disse Rand Han, diretor de
estratégia da Resonance China, agência digital de mídias sociais com
sede em Xangai.
"Quando a coisa é bem feita, as multinacionais podem rapidamente
localizar seus mercados-alvos, reunir informações, dados sobre hábitos
etc. a partir de dados disponíveis, e começar a se conectar quase
imediatamente com uma significativa redução de custos em relação à mídia
tradicional."
Para empresas e marcas como Louis Vuitton, Unilever e Coca Cola, a
China, com sua pujante classe média, é um mercado em rápida expansão, e
compreendê-lo por meio do Weibo é essencial para adequar a mensagem.
"Muitas das nossas marcas estão crescendo na China, as marcas
multinacionais com que trabalhamos veem o Weibo como uma oportunidade
imediata de estabelecer uma presença de modo a então terem um canal
direto com seus consumidores", disse Zaheer Nooruddin, estrategista
digital da Burson-Marsteller para a China e arredores.
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