A Intel aceitou parar de adotar práticas anticompetitivas contra rivais,
resolvendo antigas acusações de abuso de domínio de mercado, afirmou a
agência norte-americana de comércio, Federal Trade Commission (FTC),
nesta quarta-feira.
A companhia, que produz 80 por cento de todos os microprocessadores do
mundo, também aceitou dar aos fabricantes de produtos complementares,
como processadores gráficos, acesso a seus chips pelos próximos seis
anos.
O acordo impede a Intel de retaliar fabricantes de computadores se eles fizerem negócios com fornecedores rivais da Intel.
"É um acordo que realmente terá um forte efeito no aumento da competição
no mercado", afirmou David Balto, ex-diretor de políticas da FTC.
Por sua vez, a Intel, que nega ter agido de forma indevida, afirma não
acreditar que o acordo tenha um efeito material em seus resultados
financeiros.
"O acordo nos permite colocar um fim a despesas e distração da
investigação da FTC", disse Doug Melamed, vice-presidente sênior da
gigante dos microprocessadores, em comunicado.
A Intel tem estado sob a mira de fabricantes rivais de chips há anos por causa de suas políticas agressivas de preços e vendas.
Pressionada pela arquirrival AMD e pela fabricante de processadores
gráficos Nvidia, a FTC acusou em dezembro a Intel de usar ilegalmente
seu domínio de mercado para abafar a competição.
Agora a Intel está impedida de oferecer vantagens a fabricantes de
computadores em troca do compromisso de usarem apenas a empresa como
fornecedora de chips. A empresa também está obrigada a alterar acordos
de propriedade intelectual com AMD, Nvidia e Via.
"Acreditamos que vamos começar a ver um cenário mais competitivo muito em breve", afirmou o presidente da FTC, Jon Leibowitz.
Na sua reclamação, a FTC afirma que a Intel tem tentado tirar
competidores do mercado por meio de práticas que remontam a 1999, mesmo
ano em que a agência fez um acordo com a empresa em um outro caso de
violação de leis de defesa da competição.
A Intel também enfrenta questionamentos fora dos Estados Unidos. A
Comissão Europeia multou a empresa em 1,06 bilhão de euros (2,47 bilhões
de reais) por agir ilegalmente contra a AMD, rival de porte muito menor
no mercado de microprocessadores para PCs, decisão contra a qual a
empresa está apelando. Autoridades na Coreia do Sul e no Japão também
têm tomados medidas contra a Intel.
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