Depois de ter sido ofendida por mensagens em seu perfil no Orkut, a
pedagoga juiz-forense L.P.O. deverá receber, por danos morais, R$ 5.100
do Google Brasil. O processo teve início em julho de 2008.
A conta da usuária no Orkut foi hackeada e passou a exibir conteúdo
ofensivo a ela. A decisão é da 10ª Câmara Cível do TJMG (Tribunal de
Justiça de Minas Gerais).
A pedagoga acredita que o autor de todas as agressões virtuais é uma
pessoa só, apesar de ter empregado uma série de endereços eletrônicos
diferentes. Ela relatou que criou diversas contas para substituir as que
foram invadidas, mas continuou a sofrer com a ação do hacker, que
modificou o perfil que ela possuía para "L.P. fazendo a fila andar" e
criou outro chamado "L.P. 100% PCC".
Além da vergonha e do sofrimento, L. afirma que vem sofrendo ameaças por
parte de um hacker e que, apesar de suas queixas, não obteve resposta
da Google nem quando solicitou a exclusão dos perfis invadidos no Orkut
nem quando denunciou perfis falsos que a difamavam.
"Para mim, há a intenção clara e objetiva de manchar minha imagem junto
aos meus contatos", declarou L.
A companhia ressaltou que a adesão dos usuários aos termos de uso dos
seus serviços (Gmail, Google, Orkut) implica que eles "assumam a
responsabilidade por suas próprias comunicações e por quaisquer
consequências decorrentes das mesmas". Dessa forma, a culpa é de
terceiros, "pois não foi a Google que praticou a conduta que causou
constrangimento".
O magistrado da 6ª Vara Cível de Juiz de Fora afirmou que a criação de
perfis falsos no Orkut é extremamente simples e somente é possível por
causa da garantia de anonimato dada pela Google.
Segundo o desembargador Cabral da Silva, relator, a expressão "fazendo a
fila andar" significa "uma sucessão de parceiros, o que denota
promiscuidade e mancha a imagem da pessoa a quem se atribui tal
comportamento". Da mesma forma, "associar a autora a uma organização
criminosa causa-lhe dano à honra", considerou.
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