Um ex-hacker acusou dois estudantes do renomado Massachusetts Institute
of Technology (MIT), localizado em Boston, nos EUA, de colaborar no
vazamento de documentos militares sobre a guerra do Afeganistão para o
site WikiLeaks, informou a "CNN" em sua página na internet.
A acusação foi feita por Adrian Lamo, cujas denúncias anteriores levaram
à detenção do principal suspeito da publicação de documentos secretos, o
analista de inteligência Brian Manning.
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Lamo assegura que dois estudantes do MIT admitiram a ele em conversas
por telefone que colaboraram com Manning para conseguir os documentos
militares.
O ex-hacker disse que não revelaria a identidade dos estudantes porque "pelo menos um deles" o ameaçou, segundo a "CNN".
No entanto, Lamo declarou que os dois são seus amigos na rede social
Facebook e que também compartilham dados de contato com Manning, a quem
entregaram um software cifrado, segundo sua denúncia.
As autoridades federais continuam buscando novos suspeitos do vazamento
de documentos, entre eles um grupo de amigos de Manning que estuda no
MIT e na Universidade de Boston, segundo o "The New York Times".
SANGUE NAS MÃOS
O Pentágono já acusou o Wikileaks de ter "em suas mãos o sangue de
alguns jovens soldados ou de uma família afegã", após o site ter
divulgado mais de 91 mil páginas de documentos secretos da guerra do
Afeganistão. Agora, o Taleban afirmou que está analisando o conteúdo
divulgado, e que pode punir os afegãos que ajudaram os americanos. E o
governo americano reiterou seu apelo ao site para que interrompa o
vazamento das informações.
"Vocês têm porta-vozes do Taleban na região hoje dizendo que estão
vasculhando esses documentos para encontrar pessoas que estejam
cooperando com os americanos e com as forças internacionais. Eles estão
procurando esses nomes. Eles disseram que sabem como punir essa gente",
disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.
O canal britânico Channel 4 falou por telefone com um porta-voz do grupo
radical islâmico, Zabihullah Mujahid, que afirmou que o Taleban vai
investigar os indivíduos identificados nos documentos vazados antes de
decidir o que fazer com eles.
"Estamos estudando o relatório" disse ele ao canal britânico,
confirmando que o grupo insurgente já tem acesso aos documentos
divulgados pela internet. Mujahid disse que ficou sabendo disso por meio
de reportagens na imprensa.
"Sabíamos sobre os espiões e pessoas que colaboram com as tropas
americanas. Vamos investigar por meio de nosso serviço secreto se as
pessoas mencionadas são realmente espiões trabalhando para os EUA. Se
eles forem espiões americanos, então sabemos como puni-los."
O Taleban costuma executar os acusados de colaborar com o "inimigo"
usando métodos como enforcamento em público, decapitação, execução e, em
um incidente recente, amarrar dois supostos traidores a explosivos
antes de detoná-los em público, cita o Channel 4.
EUA IMPLORAM
Após anunciar que mais informações sobre a guerra no Afeganistão podem ser divulgadas, o site WikiLeaks recebeu um apelo da Casa Branca nesta sexta-feira para que interrompa o vazamento de dados secretos.
Autoridades da administração do presidente Barack Obama disseram que a
investigação sobre o vazamento de milhares de documentos confidenciais
vai além dos militares americanos. De acordo com o porta-voz da Casa
Branca Robert Gibbs a divulgação destas informações colocam em risco a
segurança nacional e as vidas de informantes afegãos e membros do
Exército dos Estados Unidos.
Gibbs comentou ainda as potenciais ações do governo para impedir que
mais dados secretos sejam vazados pelo site WikiLeaks. "Não podemos
fazer nada além de implorar à pessoa que detém estes documentos
confidenciais para que não os divulgue", disse.
CONTATOS
O governo americano disse ter entrado em contato com o site WikiLeaks,
mas não obteve sucesso. "Passamos mensagens a eles (mas) não estou
ciente de qualquer diálogo direto", afirmou Crowley.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse em entrevista à emissora
estatal de TV da Austrália na quinta-feira que o site contatou a Casa
Branca -- por meio do jornal "New York Times" -- e ofereceu permitir que
autoridades do governo tivessem acesso aos documentos antes de
divulgá-lo, para ter certeza de que pessoas inocentes não fossem
identificadas.
Assange disse que a Casa Branca não respondeu ao contato.
O governo negou ter sido contatado. Um porta-voz do Pentágono, David
Lapan, disse hoje que isso é "absolutamente falso". Já o porta-voz da
Casa Branca, Tommy Vietor, disse: "Isso é absolutamente,
inequivocadamente, mentira. Ele não tem cuidado com os fatos, como não
teve com esses documentos."
INVESTIGAÇÃO
O inquérito instalado pelo Pentágono tem se focado em Bradley Manning,
22, um especialista em inteligência do Exército americano que já foi
condenado anteriormente por ter vazado vídeos ao site WikiLeaks.
O militar americano é o principal suspeito do vazamento de mais de 91
mil páginas de documentos secretos da guerra do Afeganistão ao site
WikiLeaks, foi transferido de uma prisão militar no Kuait para a base da
Marinha em Quântico, nos Estados Unidos.
Manning, de 22 anos, serviu como analista de inteligência no Iraque. Ele
já havia sido detido em maio passado, suspeito de ter transmitido ao
Wikileaks um vídeo que mostra o ataque de um helicóptero do Exército
americano no Iraque. O ataque causou, em 2007, a morte de dois
funcionários da agência de notícias Reuters e de várias outras pessoas,
em Bagdá.
Ele foi acusado em junho passado de oito violações ao Código Criminal
dos EUA por transferir ilegalmente informações classificadas. Agora, é o
principal suspeito de um novo vazamento de documentos militares ao
WikiLeaks, que causou reação internacional ao revelar detalhes cruéis da
rotina da guerra --como assassinato de civis encobertos e esquadrões
que matam talebans sem julgamento.
O militar, afirma a rede de TV americana CNN, permanecerá em
confinamento na base da Marinha até que a investigação do Pentágono
determine se ele deve enfrentar um tribunal militar pelas acusações.
Como seu julgamento não foi determinado, ele ainda não entrou com
declaração de inocência ou culpa.
Segundo o Pentágono, Manning teria acessado um sistema mundial militar
dos Estados Unidos, com acesso restrito via internet, Secret Internet
Protocol Router Network (SIPRNET), e baixado dezenas de milhares de
documentos.
Um comentário:
Poderiam usar sua inteligência para outros meios.
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