segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dados protegidos são benção e maldição para o BlackBerry

A segurança de dados tão importante para os usuários empresariais do BlackBerry é uma dor de cabeça para governos determinados a monitorar conversas, e por isso é tanto uma benção quanto uma maldição para a fabricante de celulares inteligentes Research in Motion (RIM).
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos são apenas os mais recentes entre os países que expressaram preocupações sobre o BlackBerry e os problemas de segurança nacional relacionados à incapacidade de seus governos para monitorar o tráfego de comunicações desses aparelhos.
A atenção concentrada na RIM é sintoma da incursão da empresa a mercados internacionais, agora que seu crescimento na América do Norte está desacelerando. A maneira pela qual a companhia lidará com esse problema determinará se vai manter sua reputação de completa confiabilidade no mundo das comunicações corporativas.
Os Emirados Árabes Unidos, um país socialmente conservador que abarca Dubai, o polo financeiro do Golfo Pérsico, informou no domingo que bloquearia alguns dos recursos mais importantes do BlackBerry, a exemplo do e-mail, mensagens instantâneas e navegação na Internet, a partir de 11 de outubro, a não ser que uma solução de monitoração seja encontrada. Caso adotada, a proibição efetivamente castraria o uso dos poderosos aparelhos no país.
"Trata-se de um caminho bem conhecido da RIM. A segurança é a vantagem competitiva essencial da empresa no mundo Ocidental, mas se torna uma barreira cada vez mais frustrante à sua expansão em direção de mercados mais sensíveis em termos políticos e de segurança", disse Geoff Blaber, da consultoria britânica de telecomunicações CCS Insight.
Rússia e China permitiram a operação da RIM depois de longas discussões privadas, enquanto a Índia informa que a empresa garantiu que as preocupações de segurança de suas autoridades serão discutidas.
A empresa canadense se recusou a comentar de forma mais clara sobre as medidas que tomará para resolver as preocupações quanto à segurança em pelo menos cinco mercados emergentes nos quais suas vendas ao menos dobraram no ano passado.
(Reportagem adicional de Maria Kiselyova em Moscou, Devidutta Tripathy em Nova Dheli e Tarmo Virki em Helsinque)

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