magine uma suíte de som e imagens 3D que se alteram conforme os movimentos usuários. Em janeiro de 2010, a Campus Party Brasil traz ao país o espaço Flick Flock, instalação artística "geek" idealizada por três engenheiros e um designer: Mar Canet, Carles Gutiérrez, Javier Lloret e Jordi Puig, respectivamente.
É inédita no Brasil. O corpo do usuário controla a instalação a partir de movimentos captados por câmeras. Ao redor dele, bolhas cintilantes tomam um céu virtual. O som também é controlado pelo corpo: caso haja movimento direcionado à esquerda, a obra o capta e o deixa mais forte naquela direção.
Em entrevista à Folha Online, arquiteto do evento, Marcelo Branco, diz que neste ano a Campus Party tem algo a comemorar: Marco Regulatório Civil para a internet, lançado no final de outubro pelo Ministério da Justiça.
"Em vez de fazer um debate sobre uma lei que restringia uma liberdade na internet, vamos comemorar o marco civil de internet brasileira, que está sendo construída de maneira colaborativa. O Brasil tem perspectiva de ter uma legislação moderna --a mais mais moderna do mundo, no que diz respeito à liberdade na internet."
Entusiasta, ele classifica o marco civil como "a Constituição brasileira da internet". Segundo Branco, comunicação e marketing para campanhas eleitorais na internet também vão ser amplamente abordado pelos principais estrategistas.
Em novembro, o evento anunciou que ultrapassou mais da metade de ingressos vendidos --um total de 3.280, dentre os 6.000 colocados à venda, a um preço de R$ 140.
Patrocínio e problemas
O principal patrocinador da Campus Party Brasil 2010 é a Telefônica, cujas panes recentes e o fato de ser líder de reclamações do Procon podem render uma associação incômoda para um evento que gosta de se mostrar independente, jovem e descolado. Mas não na visão do organizador. "Nos dois anos, o serviço foi bem bom, não tivemos problemas em relação à conectividade [na Campus Party]. São marcas diferenciadas, e cada um trata da sua imagem da melhor forma possível."
A velocidade de conexão permanece em 10 Gbytes --mesmo tamanho usado no ano passado. "Muita gente pensa que o pessoal vai para a Campus Party para baixar conteúdo, mas o tráfego maior é para disponibilizar conteúdo", aponta.
Branco relativiza os problemas da última edição, como brigas entre participantes. "Até o São Paulo Fashion Week teve mais problemas. Se a gente der uma corrida no Google, no Twitter, e buscar tudo que foi noticiado, as proporções são mínimas", diz ele. Também houve ocorrências de furtos no evento.
A restrição ao álcool também permanece, segundo ele. "Não é uma questão moral, estamos cumprindo a legislação. Porque nosso interesse é que menores de 18 anos também desfrutem do evento."
Neste ano, quatro áreas temáticas foram definidas: Ciência (com segmentos de modding e robótica), Criatividade (blog, design, fotografia, música e vídeo), Entretenimento Digital (game e simulação) e Inovação (desenvolvimento, segurança em rede e software livre).
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