Pierpaolo Petruziello, 27, um brasileiro filho de italianos que perdeu o braço esquerdo num acidente de carro, conseguiu fazer movimentos precisos com uma mão robótica, usando para isso a força de mente.
Eletrodos ligados ao que restou do braço de Petruziello permitiram que as mensagens vindas de seu cérebro fossem transmitidas à mão artificial, anunciaram nesta quarta-feira (2) pesquisadores do Campus Biomédico, instituição de pesquisa de Roma. "Foi maravilhoso conseguir isso e saber que os resultados poderão ajudar outras pessoas", disse o paciente à Folha.
Com a ajuda do membro biônico, que não chegou a ser implantado diretamente no corpo e ficou conectado por 24 dias, Petruziello conseguia fazer uma série de movimentos diferentes, mexendo dedos individualmente e usando a mão como pinça para agarrar objetos.
"A abordagem que seguimos é natural", diz Paolo Maria Rossini, neurologista que coordena a pesquisa. "Ele não tinha de aprender a usar os músculos a fazer um serviço diferente do natural. Só precisava se concentrar muito e enviar à mão robótica as mesmas mensagens que costumava mandar para a própria mão", afirma Rossini.
Torcedor
Petruziello, que é assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná e conselheiro do Coritiba, time do qual é torcedor fanático, conta que perdeu o braço há três anos, ao tentar desviar de um pedestre embriagado que entrou na frente de seu carro. O pai do paciente ficou sabendo da pesquisa italiana e escreveu para a equipe científica, que se dispôs a testar a ideia com o brasileiro.
"Passei por uma bateria de testes psicológicos. O treinamento para aprender a mexer a mão foi sacrificante, exigia um esforço mental acima da média. Eu imaginava que a prótese era parte do meu corpo e tentava. Muitas vezes acaba cansando, até porque chegava a ficar oito horas por dia no treino", afirma Petruziello. Ele diz estar ciente de que a pesquisa está apenas no começo.
A chamada interface cérebro-máquina é uma das áreas mais férteis da neurociência hoje. Um dos expoentes é o brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, cujo objetivo é fazer com que até tetraplégicos possam mexer um exoesqueleto robótico. Ao que parece, o cérebro é capaz de "representar" o membro biônico como se ele fosse parte do corpo do paciente.
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