A internet "não desempenha um papel significativo" para atrair
muçulmanos à rede terrorista Al Qaeda, constata um relatório do
Ministério do Interior do Reino Unido divulgado no domingo (13).
O relatório --um dos três sobre terrorismo encomendados em 2009 pelo
então governo trabalhista-- examina as fórmulas mais eficazes de
captação de recrutas, assim como o perfil das pessoas suscetíveis aos
interesses das causas extremistas.
Diferente do que se imaginava, a internet não possui um papel
determinante para a formação de novos adeptos, porém o estudo reconhece
que os contatos sociais são importantes para o recrutamento de
militantes por meio de relações diretas com pessoas já envolvidas ou
figuras de autoridade.
"Pode parecer surpreendente que a internet não desempenhe um papel
fundamental na formação de novos terroristas, tendo em vista que é um
meio de conexão social por excelência", assinala o documento, que
explica que a tecnologia apresenta obstáculos para a formação de
relações pessoais.
"As relações pessoais com agentes 'radicalizadores', sejam colegas,
ativistas encarregados de recrutamento ou figuras de autoridade moral,
desempenham um papel-chave na captação de novos adeptos para causas como
a da Al Qaeda", destaca o estudo.
Já quanto ao perfil das pessoas "vulneráveis" aos interesses das redes
de extremistas, os pesquisadores concluem que, embora haja algumas
características em comum, não há como definir um estereótipo concreto,
já que isso poderia gerar "muitos falsos positivos e reafirmar o
preconceito".
No entanto, os mais suscetíveis às organizações terroristas são jovens
entre 15 e 35 anos, que geralmente gostam de enfrentar situações de
risco e são pouco comprometidos com valores morais e regras
convencionais.
O relatório também mostra que esses jovens acabam procurando essas
organizações em um momento "determinante" de sua vida, como depois de
ter perdido o trabalho ou um ente querido em circunstâncias traumáticas.
Para prevenir a formação de novos terroristas, os especialistas dizem
que é importante controlar o surgimento de cenários nos quais uma figura
com autoridade moral possa influenciar pessoas vulneráveis.
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