Passados dois anos e meio da primeira transmissão em sinal digital no
país, a população não tem encontrado motivos suficientes para adquirir
um televisor com o receptor digital acoplado ou um conversor externo.
Uma das razões para que a TV digital ainda se encontre nesse patamar é o
custo gerado para o cidadão que, sem ser assinante de TV paga, e queira
adaptar-se à era digital, paga entre R$ 400 e R$ 600 por um conversor.
Além disso, a TV digital no Brasil só chegou a 38 cidades até agora, e
sete capitais ainda não contam com este tipo de sinal. De acordo com
dados da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), existem
500 emissoras e 10 mil retransmissoras no país. Para digitalizar tudo
isso, o custo estimado é de cerca de US$ 2 bilhões.
A cobertura da transmissão digital abrange uma população de 72 milhões de pessoas, mas só um percentual reduzido tem acesso.
De acordo com o Fórum Brasileiro de TV Digital, apenas 2 milhões de
conversores (embutidos ou externos) haviam sido vendidos até o fim de
2009. Em 2010, a expectativa é de que ao menos 6 milhões de aparelhos
sejam comprados no Brasil.
O ano de 2013 foi definido por decreto presidencial como o marco para
tornar obrigatória a cobertura da TV digital em todo o país. Em 2016, o
sistema analógico será extinto.
Mas a falta de interesse da população pela TV digital não passa apenas
pelos altos preços dos aparelhos - sejam eles televisões, conversores ou
celulares - ou a cobertura insuficiente. A inexistência de novidades
significativas desestimula as pessoas a saírem da transmissão analógica.
Duas delas seriam centrais para isso: a interatividade e a oferta de
mais conteúdo. Ambas não fazem parte da realidade do projeto de governo e
empresas para a digitalização.
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