Um pai conseguiu convencer o sistema de saúde público britânico, o NHS, a
financiar um remédio que ele encontrou na internet para tratar a filha
doente.
Charlotte Durham, 18, que sofre de hipertensão intracraniana idiopática
--um raro transtorno neurológico que aumenta a pressão interna no
cérebro levando a dores de cabeça lancinantes e que pode causar
cegueira-- descreveu o tratamento como "um milagre".
O pai dela, Andy, descobriu pela internet um remédio que obteve bons
resultados no tratamento de 24 pacientes da doença, de um grupo de 26,
durante um estudo médico na Grécia.
A autoridade de saúde de South Staffordshire, onde mora a jovem, concordou em financiar o tratamento pelo NHS.
O sistema de saúde público britânico financia tratamentos e remédios
para os pacientes, desde que tenham sido testados e aprovados pelas
autoridades de saúde locais.
IMPRESSIONANTE
A autoridade explicou que a substância octreotide "normalmente não é financiada" para esta doença.
Ao comentar sua condição, a jovem disse: "Estava com medo de ficar cega.
Todos os remédios que usei me deixaram pior, então, disse à minha mãe e
ao meu pai: "Estou desistindo"".
"Foi aí que meus pais falaram: "Bem, nós não estamos desistindo, tem
alguma coisa por aí que pode curá-la". Foi aí que meu pai começou a
procurar na internet."
Andy Durham descobriu que o remédio que, normalmente, é usado para
problemas de crescimento anormal, havia ajudado pacientes de hipertensão
intracraniana idiopática.
Charlotte corria o risco de ter que passar por uma cirurgia na qual o
líquido cefalorraquidiano (LCR), que causa o aumento da pressão dentro
do crânio, é drenado para outra cavidade corporal.
Mas seu pai convenceu o Hospital da Universidade de North Staffordshire a
experimentar o uso da octreotide durante um tratamento de dez dias. O
hospital então sugeriu o tratamento para as autoridades locais de saúde.
TRATAMENTO
Em um comunicado, a autoridade local de saúde afirmou: "A autoridade
local concluiu que este caso tem circunstâncias clínicas excepcionais
por conta da condição de Charlotte ser incomum, mesmo entre pacientes em
condições similares, e ela não responder ao tratamento comumente
recomendado para esta doença".
"Sua resposta inicial a este tratamento foi animadora."
Segundo o neurologista Brendam Davies, da Clínica Regional de Dores de
Cabeça de North Midlands, "o caso de Charlotte ressalta a necessidade de
financiamento de mais pesquisas clínicas sobre o tratamento efetivo de
hipertensão intracraniana idiopática".
A doença normalmente atinge mulheres jovens e obesas.
Charlotte afirmou que o risco de cirurgia é coisa do passado, e que ela nem pensaria em tomar outro remédio agora.
Seu pai explicou: "Você faria qualquer coisa por seus filhos, qualquer
coisa. Eu não podia aceitar que o tratamento disponível no serviço
público era tudo o que havia".
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