A RIM (Research in Motion), fabricante do BlackBerry, está disposta a
bloquear sites pornográficos e permitir que espiões do governo tenham
acesso a comunicações de seus usuários, depois da surpreendente
proibição a seus principais serviços no Golfo Pérsico.
O cobiçado sigilo do BlackBerry vem atraindo atenção cada vez maior
desde domingo, quando os Emirados Árabes Unidos anunciaram planos para
bloquear os serviços de e-mail, mensagens instantâneas e acesso à web do
BlackBerry a partir de 11 de outubro.
Como os Emirados Árabes Unidos, o governo da Índia vem pressionando a
RIM por motivos de segurança nacional, e a empresa pode permitir que
autoridades de segurança indianas monitorem os serviços do BlackBerry,
segundo o jornal Economic Times.
A RIM também "aprovou inicialmente" o bloqueio de cerca de 3 mil sites
pornográficos, a pedido do Ministério das Comunicações do Kuwait,
informou o jornal kuaitiano al-Jarida.
O Kuwait também tem preocupações de segurança, segundo a publicação, que
afirmou que o governo do país estava trabalhando com a RIM e outras
empresas de telecomunicações em "controles legais que, por um lado,
garantam a segurança nacional e, por outro, os direitos dos cidadãos
quanto ao uso dos aparelhos."
A Arábia Saudita também solicitou que os fornecedores de serviços de
telecomunicações bloqueiem o uso de programas de mensagens instantâneas,
informaram fontes do setor à Reuters.
Ao contrário de rivais como Nokia e Apple, a RIM controla suas redes
telefônicas, que transmitem mensagens cifradas por meio de centros no
Canadá e Reino Unido.
Isso tornou o BlackBerry popular como meio seguro de comunicação, mas
preocupa os serviços de inteligência, que temem que o sistema possa ser
utilizado por organizações militantes.
Os Emirados Árabes Unidos reforçaram seus esforços de segurança desde a
detenção, em 2009, de dois homens que instalaram uma bomba em um
shopping center com quase 4 mil lojas, em Dubai.
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