quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sites de busca investem em sistema de pesquisa mais 'humano'

Esqueça os robôs humanoides e os mordomos mecânicos educados, que põem a mesa e colocam as crianças para dormir, típicos de filmes de ficção científica.
Os primeiros traços de humanidade incorporados por máquinas já começam a aparecer, em grande escala, nas ferramentas de buscas.
Amit Singhal, engenheiro sênior do Google, disse ao "Wall Street Journal" que, nos próximos meses, o mecanismo de busca da empresa será mais parecido com "a forma como os humanos entendem o mundo". É a próxima geração das buscas, processo em curso "há vários anos", segundo ele.
Singhal fala da busca semântica, sistema incorporado pelo Siri (assistente virtual da Apple presente no iPhone 4S) e por outro punhado de serviços que estão no mercado, como Wolfram Alpha, Sensebot e Yummly.
Atualmente, o modelo de buscas está baseado na relevância dos conteúdos dos sites e na quantidade de compartilhamentos do link da página, entre outros fatores.
Na busca semântica, esse modelo funciona a partir do cruzamento de dados, que são "interpretados" pelas máquinas para compreender o sentido dos termos buscados e, assim, oferecer resultados cada vez mais eficazes.
Trocando em miúdos: ao fazer uma busca, você poderá receber uma resposta direta, como um ser humano daria, em vez das grandes listas de endereços atuais.
"Fizemos progresso com a conversão de dados em informação e podemos dizer que estamos engatinhando na direção correta para transformar informação em conhecimento para as pessoas", disse o Google em nota à Folha.
Apesar de o buscador Bing ainda estar em fase beta, a Microsoft também mostrou sinais de que pretende investir na busca semântica.
A companhia comprou, em 2008, a start-up de pesquisa inteligente Powerset e incorporou elementos semânticos ao Bing (por enquanto, apenas na versão norte-americana), tais como respostas diretas e simples para perguntas como "quando é a Páscoa?".
PROATIVIDADE
O sistema semântico, quando aperfeiçoado, vai se tornar tão bom que não será preciso nem fazer as buscas, preveem os mais otimistas.
Segundo Rui Tramontin, professor-doutor de engenharia da computação na Universidade Federal de Santa Catarina, as possibilidades são gigantescas.
"Em um futuro próximo, o seu celular será capaz de captar uma dúvida sua durante uma conversa. Ou, de posse de seus gostos, ele poderá sugerir filmes ou restaurantes que sirvam seu tipo de comida, sem que você precise fazer pesquisa alguma. Será tudo baseado em contexto."

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