Na escola, o apelido de nerd pegou logo. Com um intelecto fora do comum,
óculos fundo de garrafa, caspa e acne, Bill Gates aos 13 anos já era um
crânio no computador. Nessa idade, fechou seu primeiro negócio na área
de informática. O acordo era cheio de vantagens para o menino - procurar
falhas em softwares e, em troca, utilizar computadores, na época, muito
caros, raros e limitados. Mas isso abriu um mundo novo para o
adolescente e impulsionou um obsessivo caso de amor que gerou uma das
maiores fortunas do planeta.
Mas, como o jovem nerd conseguiu fazer de sua paixão um caso de absoluto
sucesso empresarial e se tornar um milionário na casa dos 20 anos de
idade? Em "Negócios ao Estilo Bill Gates"
(UP Negócios), o escritor Des Dearlove conta como isso foi possível e
revela os dez segredos que fizeram desse homem um dos mais ricos e
importantes líderes empresariais no mundo. Com a Microsoft, ele realizou
um sonho: o de cada pessoa poder ter um computador em casa ou no
trabalho, funcionando com o programa criado por ele, o Windows.
A inteligência ajudou, a paixão pela tecnologia também. Mas, segundo o
autor, outros elementos contribuíram para que Gates se tornasse um
cibermagnata e um fenômeno do século 21. Só contratar gente inteligente é
outro fator de sucesso apontado por ele. Na Microsoft, estudantes
brilhantes são recrutados logo após saírem da faculdade. "Não recruto
tolos", diz Gates. Na hora de convencer uma estrela do mercado a
ingressar no time, ele não deixa ao azar: dá um telefonema pessoal ao
seu estilo e convence o candidato.
Acusado de elitista por isso, mas Gates não tem tempo para ouvir
críticas. A cultura da Microsoft é "trabalhe muito, depois trabalhe
mais". Assim, é comum entregas de pizza na mesa dos funcionários para
que eles não tenham que parar para comer. E de bebidas com cafeína,
claro. Para tanto trabalho, o salário pode nem ser assim tão alto, mas
Gates tem feito de muitos de sua equipe milionários também. Eles recebem
uma "opção" de compra de ações da Microsoft por preço fixo no futuro, e
isso faz a diferença na conta bancária.
A maneira de fazer negócios de Bill Gates -vale dizer, ele abandonou o
curso de Direito em Harvard, para se dedicar 100% aos computadores -,
deixa o mundo empresarial tonto. Os inimigos dizem que a Microsoft é uma
ave de rapina. Ou seja, furta as idéias dos outros convertendo-as em
seus produtos. O Windows, por exemplo, é visto como uma imitação do
software da Apple para o Macintosh. Também chamam-no de "império do
mal", que ele tem um "marketing truculento" e outros vão mais longe, que
ele é o próprio "anticristo".
O caso é que esse empresário de gênio difícil -dizem que ele não perdeu
os acessos de raiva que tinha na infância- tem apenas um único temor na
vida: de que a empresa seja ultrapassada por outra mais ágil. Segundo
Dearlove, essa paranóia de Gates é um indicador da própria natureza
valor do setor de informática. Para não ser pega desprevenida, a
Microsoft defende-se com várias tecnologias diferentes. Às vezes
conflitantes. De olho no futuro, o visionário Gates vai em busca, sempre
e sempre, de um novo grande lance.
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