A RIM (Research in Motion), apresentou o PlayBook, computador tablet da
companhia canadense, em uma conferência de programadores em San
Francisco, na segunda-feira (27), mas marcou o lançamento geral do
produto para o ano que vem.
Como consequência, a RIM pode ter de se contentar, por enquanto, em
controlar o segmento empresarial, onde tem raízes profundas. Os
analistas afirmam que esse pode ser um problema até agradável.
No longo prazo, a força conhecida da RIM em termos de segurança e gestão
de sistemas podem permitir que a empresa capture uma larga porção de um
mercado nascente e destinado a ter um crescimento explosivo.
"As pessoas estão falando do aparelho como ferramenta de trabalho, e o
segmento empresarial pode responder por 40 por cento do mercado de
tablets em 2014. De muitas maneiras, as virtudes dos tablets, baratos,
fáceis de usar, resistentes a vírus, são enormemente atraentes para as
empresas", disse Duncan Stewart, da Deloitte Canada.
Isso posto, se a RIM quer atrair consumidores do iPod e de aparelhos
acionados pelo sistema operacional Google Android, perder a principal
temporada de vendas do ano é um equívoco grave, disseram os analistas.
Nos últimos meses, a empresa canadense se manteve silenciosa, mas não
ociosa, enquanto fabricantes rivais de celulares e computadores,
especialmente a Apple, com seu iPad, anunciavam planos para computadores
tablet.
A RIM adquiriu diversas empresas e se dedicou a integrá-las às suas
operações, o que fica aparente no sistema operacional do PlayBook, em
sua capacidade de imitar um celular inteligente BlackBerry e na
plataforma publicitária reformulada da empresa.
O aspecto técnico do PlayBook tampouco deve ser menosprezado, a memória
RAM de 1 Gbyte que ele oferece é duas vezes maior que a do Samsung
Galaxy e quatro vezes maior que a do iPad. As duas câmeras permitem
videoconferências, enquanto o iPad não tem câmera. O processador de
núcleo duplo promete respostas rápidas e facilidade na execução de
múltiplas tarefas.
"A RIM comprou cinco meses atrás a companhia de software que basicamente
criou o cérebro da máquina", disse Sean Kraus, chefe de investimentos
da CitizensTrust, em Pasadena. "Mas anunciar o novo produto cinco meses
depois e marcando lançamento para o próximo ano é triste."
Quando o tablet da companhia canadense chegar ao mercado, o PlayBook
terá de disputar espaço com a segunda geração do iPad, um tablet com
webOS da Hewlett-Packard e aparelhos movidos a Android produzidos por
Motorola e muitas outras empresas.
Mas analistas afirmam que a maior parte dos consumidores trabalha em
empresas também e assim como o iPhone conseguiu se inserir no meio
corporativo, o PlayBook é amigável o suficiente para ser comprado por
pessoas que o utilizem também para trabalhar. Em outras palavras, as
barreiras entre os dois mercados ficam mais permeáveis.
"O PlayBook é perfeito para o ambiente empresarial", disse Oliver
Bussman, vice-presidente de informação da produtora alemã de software
corporativo SAP.
Ele acrescentou que muitos dos aplicativos da SAP usam a tecnologia
Flash e operam na Web, o que dá ao PlayBook uma vantagem sobre o iPad,
que não é compatível com Flash.
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