m estudante alemão criou um jogo de computador que dá aos jogadores
um gosto da vida como um guarda de fronteira da Alemanha Oriental que
atira contra fugitivos políticos que debandam para o Ocidente, para a
indignação dos familiares das vítimas.
O jogo "1378" --o comprimento em quilômetros da fronteira entre a
Alemanha Oriental e a Ocidental durante a Guerra Fria-- condecora
aqueles que atirarem em um grande número de fugitivos. Em seguida, eles
se vêem no ano 2000, sendo julgados pelos tiros que deram em nome do
regime da Alemanha Oriental comunista.
Os jogadores também podem assumir o papel de fugitivos da Alemanha
Oriental tentando escapar pelo muro de Berlim. Se forem pegos, são
mortos ou levados para a prisão.
Jens Stober, 23, que criou o jogo como parte da graduação universitária,
disse que o game tem um aspecto educacional.
"Se tornar um guarda de fronteira da Alemanha Oriental ou fugitivo
permite que os jogadores se identifiquem com essas figuras", afirmou. "É
uma nova forma de incentivar os jovens a terem interesse na história
recente da Alemanha."
Mas a Fundação Federal para a Reconciliação da ditadura comunista disse
que duvida que os jovens aprendam algo atirando em dissidentes.
"Em última análise é apenas um jogo de tiro, o que é inaceitável dado o
contexto histórico", disse Wolf Dietrich, porta-voz da fundação.
Theodor Mettrup, da Associação das Vítimas de tirania comunista, disse
que o jogo "faz uma paródia das vítimas."
"Os tiros no muro não eram um jogo -- eles destruíram a vida das pessoas
e das famílias, mas pessoas não vão ter noção disso jogando o game",
disse ele à Reuters.
O jogo será lançado no domingo, no 20o aniversário da reunificação
alemã.
Estima-se que mil cidadãos da Alemanha Oriental foram mortos tentando
fugir após a construção do muro em 1961. Guardas de fronteira da
Alemanha Oriental eram instruídos a atirar naqueles que tentavam fugir. O
último alemão atingido por tentar cruzar a fronteira foi Chris
Gueffroy, em fevereiro de 1989.
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