domingo, 22 de agosto de 2010

Suécia defende decisões judiciais envolvendo fundador do WikiLeaks

A Justiça sueca defendeu neste domingo sua decisão de emitir uma ordem de prisão contra o fundador do site WikiLeaks, na sexta-feira, e suspendê-la no dia seguinte.
Por meio de um comunicado, o Judiciário do país afirmou que a juíza que cancelou a ordem de prisão contra Julian Assange por acusações de estupro e abuso sexual tinha, no sábado, mais informações sobre o caso do que o juiz que emitiu a ordem no dia anterior.
Uma porta-voz da promotoria do país disse ter certeza de que nenhum dos juízes que se envolveram no caso erraram em suas decisões.
Ao cancelar a ordem de prisão no sábado, autoridades suecas disseram que ainda estavam investigando as acusações de abuso sexual. As acusações contra o australiano de 39 anos seriam referentes a episódios ocorridos em território sueco.
DEFESA
Assange disse em entrevista ao jornal sueco "Aftonbladet" que nunca teve relações sexuais não consensuais com alguém.
O fundador do site que, recentemente, divulgou cerca de 90 mil documentos secretos sobre a campanha militar americana no Afeganistão disse que foi alertado para esperar "truques sujos".
"Não sei quem está por trás disso mas fomos alertados que o Pentágono, por exemplo, planejaria usar truques sujos para estragar as coisas para a gente", disse ele.
"Fui avisado também sobre armadilhas sexuais."
O departamento de Defesa americano não comentou as decisões da Justiça sueca.
O CASO
Na última sexta-feira, uma ordem de prisão contra o jornalista havia sido emitida na Suécia.
Após divulgação da ordem de prisão, o WikiLeaks divulgou uma declaração atribuída a Assange no site de microblogs Twitter onde ele afirma que as acusações "são infundadas" e "profundamente perturbadoras".
O site WikiLeaks foi responsável, no final do mês passado, pela divulgação de dezenas de milhares de documentos secretos do governo americano a respeito da guerra no Afeganistão.
O vazamento revelou detalhes até então desconhecidos sobre o conflito, cobrindo o período entre 2004 e 2009, com informações sobre mortes não divulgadas de civis, bem como sobre operações sigilosas contra líderes do Taleban.
O governo americano criticou duramente o vazamento, afirmando que colocaria em risco a segurança do país.

Nenhum comentário: