Há 18 meses, Paul Smith, 35, viajou da Inglaterra à Nova Zelândia -- um
percurso de quase 18 mil quilômetros--, sem pagar pelas passagens nem
pela hospedagem. Gastou seu dinheiro apenas com comida, bebida e
necessidades básicas. Para se locomover e descansar, contou com a boa
vontade de usuários do Twitter, que o ajudaram com sugestões de trajeto,
carona e companhia.
O projeto Twitchhiker, um jogo de palavras com Twitter e "hitchhiker" --"caroneiro" em inglês--, começou com um blog e um perfil no Twitter em fevereiro de 2009, em que Paul relatava a preparação da viagem.
A divulgação foi feita estritamente pelo microblog: "O Twitter gerou
todo o interesse no projeto. Eu não liguei nem mandei e-mail para
ninguém", contou Paul à Folha.
O objetivo era chegar à Ilha de Campbell, mas seria preciso encarar seis
horas de barco em águas furiosas. Escolheu finalizar a empreitada em
uma ilha próxima. Não se arrependeu: "Fiquei muito satisfeito, mas eu
estava com labirintite. Não estava bem", desabafa.
A motivação, conta Paul, foi o medo de perder a oportunidade: "Eu sabia
que, assim que tivesse uma ideia, alguém pensaria nela e a faria antes
de mim. Eu não queria me arrepender por não executá-la."
Paul afirma que todo o dinheiro arrecadado foi doado. Os quase R$ 20 mil foram enviados por anônimos.
O viajante lançou um livro de relatos
no começo deste mês. "Na verdade não é sobre o Twitter ou tecnologia; é
sobre relações e pessoas. Afinal, a tecnologia é movida por pessoas",
sintetiza.
Um Twitchhiker 2 não está nos planos: "O projeto aconteceu quando o
Twitter era novo e usuários se interessavam em apoiar qualquer ideia
divertida", reflete.
Paul agora mantém um site de viagens, o Twitchhiker.
Um comentário:
Ele foi bem criativo nessa hein.
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