Os fabricantes de videogames adotaram a revolução tridimensional,
acompanhando uma tendência crescente nos estúdios de Hollywood, para o
desenvolvimento de uma nova geração de produtos. Uma estratégia
considerada arriscada, uma vez que poucas residências estão equipadas
com a nova tecnologia.
Na feira Gamescom, a mais importante da Europa dedicada a jogos
interativos e de entretenimento, aberta na quarta-feira na cidade de
Colônia (oeste da Alemanha), líderes do mercado apresentarão, até
domingo, seus novos produtos e a incorporação da animação em 3D em suas
criações.
A gigante japonesa Sony, por exemplo, já trouxe novidades, como um game
que simula dirigir um veículo de rally em um cenário tridimensional ou
outro em que o jogador tem a sensação de que uma bola de tênis virtual
se aproxima dele.
"Estamos muito ativos (neste segmento) e já propusemos uma grande
quantidade de produtos ao mercado", explicou Kazuo Hirai, chefe da
divisão de entretenimento da Sony, ao mencionar o cada vez mais
importante nicho deste mercado bilionário.
"A quantidade de unidades (receptoras desta tecnologia) precisa
aumentar. Para isso, temos que desenvolver videogames, programas de
televisão em 3D, filmes em 3D na versão Blue-Ray", emendou Hirai, cujo
grupo tem um interesse especial no desenvolvimento destas tecnologias,
já que é o principal fabricante de telas compatíveis.
A Sony espera que 10% das vendas de televisores este ano sejam de
aparelhos compatíveis para a animação tridimensional e desenvolve
tecnologia tridimensional que prescinda de óculos especiais.
Segundo Hirai, os videogames são mais fáceis de desenvolver em três
dimensões do que os filmes, uma vez que tudo é feito em computador.
Mas nem todos os atores do setor partilham o mesmo entusiasmo da Sony
por causa do custo das TVs compatíveis e da necessidade de óculos.
A japonesa Nintendo optou por desenvolver sua própria tecnologia e está
construindo uma nova interface portátil própria, a 3DS, capaz de
reproduzir imagens tridimensionais sem o suporte dos úculos.
No entanto, os jogos em 3D têm um custo 20% superior aos tradicionais,
explicou Olivier Wolf, vice-presidente da divisão de games e
entretenimento dos estúdios Warner Bros..
Apesar disso, o desenvolvimento de animação tridimensional também está
no centro "da estratégia" da Warner Bros., afirmou Wolf, reconhecendo
que "o mercado demorará ainda dois ou três anos para se lançar".
Segundo ele, a prioridade é o desenvolvimento de jogos de corridas e de
lutas, nos quais as imagens tridimensionais são mais impressionantes.
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