O MP3 está para morrer. Pelo menos se depender de uma novidade apresentada na 44º edição do Midem (Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical), maior feira de música da Europa, que ocorreu na semana passada em Cannes, na França.
Foi lá que um dos inventores do MP3 mostrou um novo formato de arquivo de áudio, o MusicDNA, que pode incluir, além da música, letras, vídeos, trabalhos gráficos e posts de blogs sobre os artistas.
O novo tipo de arquivo será capaz, também, de receber atualizações sempre que for conectado à internet, de acordo com informações da "BBC".
A criação é do desenvolvedor norueguês Dagfinn Bach, que trabalhou no primeiro tocador de MP3 da história, datado de 1993.
Entre os investidores do novo formato, está o pesquisador alemão Karlheinz Brandenburg, apontado como o inventor do MP3.
Grandes gravadoras parecem não ter se importado muito com o anúncio do MusicDNA durante o Midem, mas outras menores, como a Beggars Group, já estão na lista das que irão usar o formato. Entre os artistas da Beggars, estão Vampire Weekend e The Strokes.
"Nós podemos entregar [ao usuário] um arquivo que é extremamente fácil de ser procurado e que pode suportar até 32 Gbytes de informações extras", disse Bach. "O arquivo será atualizado dinamicamente. Portanto, a cada vez que o usuário se conectar, o arquivo será atualizado."
O MusicDNA será lançado em versão de testes na primavera do hemisfério Norte. A plena implantação do formato deve ocorrer no verão.
"Acho que [o arquivo] junta um número de ideias que têm estado por aí há bastante tempo. Lembro-me que, há dez anos, muitas pessoas diziam que nós precisávamos enriquecer a experiência do usuário, que o acesso legal à música teria que dar aos clientes mais do que apenas música, e esta é certamente uma maneira muito agradável de fazer isso", disse Brandenburg.
Por conta da grande quantidade de informação contida nele, diz a revista "Rolling Stone", cada faixa do MusicDNA deverá custar mais do que o preço médio da iTunes Store, que é de US$ 1,29.
Novos tempos
De olho nas mudanças que a internet acarreta no mercado, o Midem abriu espaço para falar de tendências da música digital e da expansão das redes sociais. O ministro da Cultura francês, Frédéric Mitterand, defendeu a "necessidade de encontrar uma solução aliando os modelos tradicionais" ao "o consumo legal da música", segundo a Efe.
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