sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jargão de computadores confunde usuários e prejudica segurança

O jargão dos computadores, uma cultura burocrática e publicidade pouco imaginativa estão desencorajando os usuários de internet de aprenderem como se proteger on-line.
Diante de termos confusos, muitos dos quase dois bilhões de usuários mundiais de internet concluem que a segurança é assunto para "especialistas" e não assumem a responsabilidade por manter a segurança de seu trechinho pessoal de ciberespaço --um erro que pode custar muito caro.
Foi essa a mensagem de especialistas em computação que se reuniram esta semana a fim de descobrir como proteger os usuários de computadores contra o crescente problema dos roubos, fraudes, vandalismos, abusos e espionagem on-line.
"O uso criminoso e malévolo do ciberespaço é espantoso em seu escopo e inovação, hoje", disse o presidente da Dell Services, Peter Altabef.
Um problema é que os "geeks" da computação empregam jargão para ocultar seu trabalho sob uma capa de erudição, o que resulta em falta de clareza em quase tudo, de manuais de instrução a sistemas criados para treinamento profissional, disseram os especialistas.
"Se você não desmistificar a segurança, as pessoas se sentem ansiosas quanto a ela e não querem cuidar do assunto", disse ex-secretário da Segurança Interna dos Estados Unidos Michael Chertoff à Reuters durante um encontro sobre segurança no EastWest Institute, em Bruxelas.
"Existem certas pessoas na profissão que em alguma medida apreciam a mitificação daquilo que fazem, sua impenetrabilidade. É quase como se tivessem uma sensação de superioridade", acrescentou.
Médicos e advogados também costumavam desfrutar de "um senso de conhecimento especial, mitificado", disse Chertoff.
"Mas quando as pessoas adquirem o poder de compreender o que está havendo, os médicos podem trabalhar melhor. O mesmo vale para a segurança da computação. A tarefa seria tornar a arquitetura mais fácil de usar, e ensinar melhor as pessoas."
O setor progrediu na educação dos usuários, mas resta uma tarefa séria e urgente a realizar, diante das crescentes ameaças criminais e da chegada iminente de bilhões de novos usuários à internet.

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