quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Internautas fazem abaixo-assinado contra visita do papa ao Reino Unido

Um abaixo-assinado na internet em protesto contra a visita do papa Bento 16 ao Reino Unido neste ano já conta com 4.000 assinaturas, segundo seus organizadores.
A campanha foi organizada pela Sociedade Secular Nacional (NSS) em protesto contra declarações feitas pelo papa nesta semana nas quais pedia aos bispos a combater com "zelo missionário" o projeto de lei de igualdade do governo britânico.
Em sua carta aos 35 bispos católicos da Inglaterra e do país de Gales, Bento 16 criticou publicamente, pela primeira vez, as novas leis britânicas contra a discriminação por motivos sexuais ao destacar que elas "impõem restrições injustas à liberdade das comunidades religiosas de proceder de acordo com suas crenças".
O presidente da NSS, Terry Sanderson, citado hoje por "The Times", disse que custará aos contribuintes 24 milhões de euros [cerca de R$ 61 milhões] a visita de um papa que "já indicou que vai atacar a igualdade de direitos e promoverá a discriminação" dos gays.
Nesta semana, o grupo lançará uma coalizão denominada "Protesto contra o papa", integrada por homossexuais, vítimas da pedofilia de padres, organizações de planejamento familiar e grupos pró-aborto, que pretendem realizar manifestações durante a visita do pontífice.
Ataque
O ativista de defesa dos direitos humanos e dos homossexuais Peter Tatchell, qualificou as palavras do papa de "ataque aos direitos legais outorgados à comunidade gay".
"Sua acusação improcedente de que nossas leis de igualdade atentam contra a liberdade religiosa indica que apoia o direito das igrejas a discriminar segundo sua moral religiosa e exige que estejam acima das leis", disse Tatchell.
Enquanto isso, a ministra da Igualdade e vice-presidente do Partido Trabalhista, Harriet Harman, desistiu, segundo o "Times", de levar adiante um confronto direto com os líderes das duas igrejas, católica e anglicana, para não prejudicar a visita do papa.
Harman protagonizou uma longa disputa com as igrejas e organizações religiosas, que querem se eximir das leis contra a discriminação no trabalho de pessoas por sua orientação sexual.

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