Uma série de ataques contra o Google e outras doze corporações norte-americanas foram rastreadas por órgãos americanos e estariam ligadas a computadores de duas escola chinesas, informa a versão online do jornal The New York Times. Uma das instituições é próxima aos militares chineses, segundo pessoas envolvidas na investigação.
Os ataques teriam como objetivo roubar segredos comerciais, códigos de computadores e ter acesso ao e-mail de ativistas chineses pelos direitos humanos. O Google anunciou, no dia 12 de janeiro, que ele e outras empresas haviam sido vítimas do ataques sofisticados, provavelmente vindos da China.
Especialistas em segurança, incluindo a Agência de Segurança Nacional, trabalham desde então para identificar a origem dos ataques. Antes de encontrar os computadores chineses, os rastros dos ataques tinham levado a computadores em Taiwan.
Algumas respostas dependem do aprofundamento das investigações, como, por exemplo, a possibilidade de alguns ataques terem vindo da China, mas não necessariamente do governo.
As escolas chinesas envolvidas no caso são a universidade de Shanghai Jiaotong e a escola profissional Lanxiang, segundo fontes ouvidas pelo New York Times.
Jiaotong tem um dos programas de ciência da computação mais desenvolvidos da China. Algumas semanas atrás os alunos ganharam uma competição internacional de programação de computador organizado pela I.B.M. - A "Batalha dos Cérebros".
Lanxiang, em Shandong, leste da China, foi criada com o apoio militar e treina alguns cientistas de computação para os militares. A rede de computadores da escola é operado por uma empresa com fortes laços com Baidu --o site de busca dominante na China e concorrente do Google.
Segundo o The New York Times, membros da indústria de segurança e da administração Obama divergem na interpretação do fato. Alguns acreditam que as escolas estão sendo usadas como uma camuflagem para operações do governo, outros afirmam que as escolas estão operando para um terceiro país. Há também especulações de que os ataques fazem parte de uma operação de espionagem mundial.
Pesquisadores independentes que monitoram a China afirmam que o país tem adotado um sistema complexo de espionagem, o que tornaria impossível provar a origem do ataque.
Porta-vozes das escolas chinesas disseram que não tinha ouvido falar que os pesquisadores americanos haviam rastreados os ataques do Google em seus campi.
"Se é verdade, nós vamos alertar os serviços relacionados e começar a nossa própria investigação", disse Liu Yuxiang, chefe do departamento de propaganda do comitê do partido na Universidade Jiaotong, em Xangai.
Executivos do Google não quiseram comentar os ataques.
Google
O Google provocou uma polêmica no início de janeiro ao ameaçar fechar suas operações na China. A empresa afirmou ter sido alvo de ataques em massa de piratas virtuais procedentes da China, especialmente afetando contas de e-mail Gmail de ativistas de direitos humanos.
A empresa gigante da internet também denunciou a censura que sofre no país asiático, afirmando interesse em não a seguir mais.
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