quarta-feira, 7 de maio de 2014

Inteligência russa manipula Snowden, diz ex-diretor da NSA

O ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) Edward Snowden, que revelou os programas de coleta em massa de dados pelo governo dos EUA, está provavelmente sob controle das agências de inteligência russas, de acordo com o ex-diretor da NSA, general Keith Alexander.
Alexander, que se aposentou em 31 de março, fez os comentários em uma entrevista que deve ser publicada na quinta-feira ao jornal "The Australian Financial Review" e cuja transcrição foi adiantada para a Reuters.
Diretor que passou mais tempo à frente da NSA, Alexander também se disse a favor de uma maior militarização do Japão para contrabalançar a China, e alertou que uma falta de regras nos conflitos virtuais pode fazer estourar uma guerra real entre inimigos tradicionais como as Coreias do Norte e Sul.
Defensores das liberdades civis nos Estados Unidos e aliados de Washington na Europa ficaram chocados com a extensão da vigilância praticada pelos EUA revelada por Snowden, e um punhado de parlamentares norte-americanos o acusaram de agir em nome de algum governo estrangeiro.
Snowden, que obteve asilo em Moscou no ano passado, nega a acusação. Ele espera que seu asilo temporário na Rússia seja renovado antes de vencer em agosto deste ano, de acordo com seu advogado.
"Eu acho que agora ele está sendo manipulado pela inteligência russa. Simplesmente não sei quando isso começou exatamente e quão profundo é", disse Alexander.
"Entenda também que eles somente vão deixar ele fazer aquilo que beneficie a Rússia, ou que ajude a melhorar a credibilidade de Snowden. Eles não vão fazer algo que os prejudique. E não vão permitir que ele o faça."
Na entrevista, Alexander disse que a ordem de segurança global tradicional se encontra em tensão devido ao desenvolvimento rápido da tecnologia de ataque cibernético, que potencialmente resultará em consequências inesperadas.
Alexander, que foi sucedido pelo vice-almirante da Marinha dos EUA Michael Rogers, também afirmou estar preocupado sobre as intenções da China a respeito do Mar do Sul da China, o que tem aumentado as tensões na Ásia. Ele argumentou que os EUA deveriam apoiar o Japão em contrabalançar Pequim. "Se a China continuar a agir agressivamente, acredito que devemos ver com bons olhos a crescente militarização do Japão."

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