O ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional americana
(NSA) Edward Snowden, que revelou os programas de coleta em massa de
dados pelo governo dos EUA, está provavelmente sob controle das agências
de inteligência russas, de acordo com o ex-diretor da NSA, general
Keith Alexander.
Alexander, que se aposentou em 31 de março, fez os comentários em uma
entrevista que deve ser publicada na quinta-feira ao jornal "The
Australian Financial Review" e cuja transcrição foi adiantada para a
Reuters.
Diretor que passou mais tempo à frente da NSA, Alexander também se disse
a favor de uma maior militarização do Japão para contrabalançar a
China, e alertou que uma falta de regras nos conflitos virtuais pode
fazer estourar uma guerra real entre inimigos tradicionais como as
Coreias do Norte e Sul.
Defensores das liberdades civis nos Estados Unidos e aliados de
Washington na Europa ficaram chocados com a extensão da vigilância
praticada pelos EUA revelada por Snowden, e um punhado de parlamentares
norte-americanos o acusaram de agir em nome de algum governo
estrangeiro.
Snowden, que obteve asilo em Moscou no ano passado, nega a acusação. Ele
espera que seu asilo temporário na Rússia seja renovado antes de vencer
em agosto deste ano, de acordo com seu advogado.
"Eu acho que agora ele está sendo manipulado pela inteligência russa.
Simplesmente não sei quando isso começou exatamente e quão profundo é",
disse Alexander.
"Entenda também que eles somente vão deixar ele fazer aquilo que
beneficie a Rússia, ou que ajude a melhorar a credibilidade de Snowden.
Eles não vão fazer algo que os prejudique. E não vão permitir que ele o
faça."
Na entrevista, Alexander disse que a ordem de segurança global
tradicional se encontra em tensão devido ao desenvolvimento rápido da
tecnologia de ataque cibernético, que potencialmente resultará em
consequências inesperadas.
Alexander, que foi sucedido pelo vice-almirante da Marinha dos EUA
Michael Rogers, também afirmou estar preocupado sobre as intenções da
China a respeito do Mar do Sul da China, o que tem aumentado as tensões
na Ásia. Ele argumentou que os EUA deveriam apoiar o Japão em
contrabalançar Pequim. "Se a China continuar a agir agressivamente,
acredito que devemos ver com bons olhos a crescente militarização do
Japão."
Nenhum comentário:
Postar um comentário