segunda-feira, 5 de maio de 2014

Empresa ajuda a prever futuro da música

As invenções mais quentes em termos de inteligência musical no mundo, hoje, têm nome: Paul Lamere, diretor de desenvolvimento da companhia The Echo Nest, comprada recentemente por estimados US$ 100 milhões (R$ 227 milhões) pela gigante de streaming Spotify –que, aliás, apresentou na semana passada o seu redesenho, mais bonito e funcional.
Entre os clientes da Echo Nest, fundada por dois estudantes do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) em 2005, estão empresas como as emissoras MTV e BBC e a gravadora Warner. O Rdio, outro serviço de streaming, também já foi cliente.
A última criação famosa de Lamere é um mapa que mostra quais são os artistas mais populares e os mais ouvidos em cada Estado americano.

Produtor incessante, semanalmente Lamere lança em seu blog, o Music Machinery (musicmachinery.com), uma série de aplicativos criados por ele "por diversão".
Um dos mais legais, chamado Roadtrip Mixtape, cria uma playlist a partir de qualquer roteiro de viagem pelo mundo, de forma que cada gênero e artista coincidam com o trecho percorrido –pode tocar Elvis Presley, se você estiver em Memphis (EUA), ou Rita Lee, em São Paulo.
A Echo Nest também oferece uma API (interface de programação de software) que pode ser usada gratuitamente, contanto que sem finalidade comercial e que seja devidamente creditada –uma das funções disponíveis é o reconhecimento de músicas (como o do app Shazam).
FUTURO DA MÚSICA
Com a união com o Spotify, Lamere diz que a ideia é que o serviço passe a ser mais intuitivo. "Minha tarefa é prever o que as pessoas vão querer no futuro, é adivinhar o que elas querem ouvir antes de clicarem no botão", disse ele à Folha. Sua maior aposta, conta, é entender o que leva as pessoas a escutarem determinada música.
"Fatores como sexo, idade e localização podem nos ajudar a entender por que o usuário está ouvindo aquilo e o que vai querer ouvir em seguida", explica o executivo. "Ou até mesmo que tipo de sapatos ele pode querer comprar porque escutou determinada música."
De acordo com Lamere, isso deve acontecer em um futuro próximo. "Estamos perto de conseguir, porque a maioria dos smartphones sabe o que você está fazendo durante o seu dia. Ele sabe quando você está em casa, no trabalho, na academia. E sabe também que tipo de música você está ouvindo em cada situação da vida", diz.
Ele também aposta em novos gadgets que podem colaborar nessa descoberta, como fones de ouvido que saberiam quando o usuário está balançando a cabeça, por exemplo, e gostando do que ouve. E aposta que sua empresa pode ajudar a produzir algo assim em breve. "Seria uma evolução natural do trabalho que estamos fazendo."

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