segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Vaio Duo 13, da Sony, deixa a desejar tanto como tablet quanto como laptop

A categoria dos laptops híbridos cresce sem solucionar um problema básico: os aparelhos raramente funcionam bem como tablet. Os modelos, no geral, têm tamanho, peso e software inadequados para um dispositivo móvel. O Sony Vaio Duo 13 segue a regra, mas também frustra quando usado como laptop convencional.
O problema do Duo é o seu grande atrativo: um design único e algo inovador, com um mecanismo que permite fácil e rapidamente deslizar a tela de uma posição para outra. Na horizontal, ela fica sobre o teclado, facilitando o uso como tablet. Com a tela na vertical, o teclado e o touchpad são descobertos para o uso como laptop. E é nessa posição que se evidencia a limitação do Duo: é impossível ajustar o ângulo de inclinação da tela.
O usuário é obrigado a tentar se ajustar para conseguir usar o computador com um mínimo de conforto –e nada garante que ele conseguirá adaptar-se e encontrar uma posição que o agrade. O ideal é justamente o contrário: a máquina permitir-se ajustar ao homem. Nesse sentido, o Duo é um retrocesso.
Aparentemente, a empresa priorizou outros aspectos no design do aparelho. A qualidade da construção, por exemplo, é muito boa –o mecanismo da tela é firme, e o corpo do laptop demonstra solidez e resistência. O nível de acabamento e o visual também merecem elogios.
TELA E CANETA
Com resolução full HD e ângulo de visão razoável, a tela exibe imagens com boa qualidade, mas sua superfície é excessivamente reflexiva –problema acentuado por sua posição fixa, que impede a mudança do seu grau de abertura.
Ela responde bem ao toque dos dedos e funciona também com uma caneta que acompanha o produto. O acessório, que usa tecnologia da N-Trig e inclui suporte a diferentes níveis de pressão, tem dividido profissionais que testaram ou compraram o laptop –em sites diversos, é possível encontrar reclamações sobre falhas e falta de suporte a determinados programas, mas também elogios ao funcionamento e comparações com produtos da Wacom, empresa referência na área.
Útil em determinadas situações, a caneta é um diferencial importante, que pode justificar o uso do Duo como tablet –pois, de resto, a experiência continua a ser limitada pelos motivos já citados no primeiro parágrafo: tamanho, peso e software inadequados para um dispositivo móvel.
O teclado e o touchpad deixam a desejar. O primeiro tem teclas exageradamente rasas (problema comum em ultrabooks), e o segundo até oferece boa precisão, mas seu tamanho reduzido atrapalha o uso.
O desempenho está dentro do esperado para notebooks de sua categoria. Com chip Intel Core i7 e armazenamento em SSD, ele inicializa o sistema e executa muitas tarefas com boa velocidade, mas pode sofrer um pouco com trabalhos mais exigentes –edição multimídia profissional e games com gráficos 3D sofisticados, por exemplo.
Pelo preço cobrado, o Duo poderia incluir o dobro de memória (8 Gbytes em vez de 4 Gbytes) e um adaptador wi-fi mais moderno –o utilizado não inclui suporte ao padrão 802.11ac nem à frequência de 5 GHz, que permitem conexões melhores e estão presentes em alguns concorrentes.
Entre outros diferenciais do Duo, vale destacar a câmera traseira de 8 Mpixels (com qualidade semelhante às de smartphones) e a bateria com autonomia prometida de até dez horas.
CONCORRÊNCIA
As rivais da Sony oferecem alternativas interessantes. A Dell tem o XPS 12, com tela giratória full HD de 12,5" que repousa sobre o teclado. Tem duas configurações –a mais barata (R$ 5.698) inclui chip Core i5 e 4 Gbytes de memória; a mais cara (R$ 7.298) tem chip Core i7 e 8 Gbytes de memória. As duas tem adaptador wi-fi com suporte a 802.11ac e 5 GHz.
A HP oferece uma alternativa mais acessível, o Split x2, com tela removível de 13,3" (1.366 x 768 pixels), 4 Gbytes de memória e chip Core i3 (R$ 2.799) ou Core i5 (R$ 3.299). Como ele usa disco rígido convencional de 500 Gbytes (além de um SSD de 64 Gbytes), é relativamente pesado: 2,22 kg.
O Lenovo IdeaPad Yoga tem versões com tela de 11,6" e 13,3" que podem ser abertas em um ângulo de 360 graus até encostarem na base do laptop. São bons notebooks, mas no momento devem ser evitados, pois, diferentemente de seus rivais, ainda são vendidos no Brasil com chip Intel Core da geração anterior.
Para quem procura um laptop híbrido, essas opções são mais interessantes que o Duo por uma simples razão: a tela delas têm ângulo de abertura ajustável, o que permite um bom uso como PC convencional. A maior –e talvez única– vantagem significativa do modelo da Sony é o uso como tablet, já que ele inclui caneta com sensibilidade a diferentes níveis de pressão.

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