A influente empresa de segurança digital RSA teria recebido secretamente
US$ 10 milhões para colaborar com a NSA (Agência de Segurança Nacional
dos EUA) no programa de espionagem americano, segundo constatou a
Reuters.
O dinheiro foi pago para que a NSA pudesse inserir uma falha proposital
em um dos produtos de criptografia mais populares do mundo, chamado
Bsafe, que é produzido pela RSA.
Em setembro, o "New York Times", com base nos documentos vazados por
Edward Snowden, noticiou que a NSA havia inserido as citadas falhas no
produto da empresa. Até agora, contudo, não havia sido revelado que a
RSA recebeu US$ 10 milhões de dólares para que isso acontecesse, de
acordo com duas fontes a par do contrato.
Embora essa quantia possa parecer insignificante, ela representa mais de
um terço da receita que a divisão encarregada do assunto na RSA recebeu
durante todo o ano anterior, segundo mostram dados.
RSA E NSA
As revelações anteriores do intrincado relacionamento da RSA com a NSA
já haviam chocado muita gente no mundo fechado dos peritos em segurança
de informática.
A empresa tinha uma longa história de liderança em privacidade e
segurança e desempenhou papel de destaque no bloqueio de um esforço da
NSA nos anos 1990 de requerer um chip especial para permitir espionar
uma ampla gama de computadores e produtos de comunicação.
A RSA, agora uma subsidiária da gigante de armazenamento de dados EMC
Corp, orientou os clientes a parar de usar a fórmula da NSA depois que
as revelações de Snowden demonstraram sua fraqueza.
A RSA e a EMC não quiseram responder às perguntas relacionadas a esse assunto, mas a RSA afirmou em um comunicado:
"A RSA sempre age no melhor interesse de seus clientes e em nenhuma
circunstância a RSA projetou ou permitiu qualquer porta dos fundos em
nossos produtos. As decisões sobre características e funcionalidades dos
produtos da RSA são tomadas por nós mesmos."
A NSA não fez comentários.
O acordo da RSA mostra um modo como a NSA realizou o que os documentos
de Snowden descrevem como uma estratégia-chave para ampliar a
vigilância: a sistemática erosão das ferramentas de segurança.
Os documentos da NSA divulgados nos últimos meses pediam
"relacionamentos comerciais" para um avanço na meta, mas não mencionavam
nenhuma empresa do setor de segurança ou colaboradores.
A NSA ficou sob ataque nesta semana em um relatório histórico de um
painel da Casa Branca nomeado para revisar a política de espionagem dos
EUA. O painel observou que a "criptografia é uma base essencial para a
confiança na Internet" e pediu a interrupção de quaisquer esforços da
NSA para miná-la.
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