Pouco mais de dois meses após o lançamento do iPhone 5 no Brasil, o
produto está em falta no comércio de São Paulo. Segundo o relato de
clientes, desde o início de fevereiro é difícil encontrar o produto nas
lojas.
A reportagem da Folha visitou as lojas de todas as operadoras e
uma loja da Apple nos shoppings Paulista, Bourbon e Higienópolis. Nas
lojas da Claro e da Oi, os vendedores disseram que o produto estava em
falta e não havia previsão para a chegada.
As lojas da Claro não tinham nenhum aparelho para venda. Na Oi, foi
encontrada apenas uma peça, do modelo 4S, na loja do shopping
Higienópolis. Segundo um vendedor da operadora, a falta de iPhones é
comum após o lançamento de um modelo novo.
Em nenhuma delas havia previsão para normalização da venda. Na loja da
Claro do shopping Paulista, uma resposta foi prometida para 15 de março.
As lojas da Telefônica Vivo visitadas tinham o aparelho, mas não de
todos os modelos. Em uma das lojas do shopping Higienópolis, havia
apenas duas peças do iPhone 5, ambas com 16G de memória. No shopping
Paulista, não havia mais peças do modelo 4S. A loja da Apple tinha os
modelos 5 e 4S com 16GB. Segundo o vendedor, o modelo iPhone 4S de 32 GB
estava em falta há cinco meses.
Apenas as lojas da TIM apresentavam todos modelos.
OPERADORAS
Segundo a Claro, o problema com o estoque foi causado por um assalto ao
seu centro de distribuição no dia 17 de fevereiro, que afetou o
abastecimento em São Paulo. A operadora não deu mais detalhes sobre o
roubo.
Na data, um grupo de 30 homens usou encapuzados, armados de fuzis e
pistolas, invadiu um condomínio logístico em um carro disfarçado,
renderam os seguranças, ficaram três horas no local e usaram caminhões
para roubar uma carga de celulares em Campinas (93 km de São Paulo). A
polícia conseguiu recuperar parte da carga.
A Oi negou problemas de abastecimento e disse que podem haver falha
pontuais por excesso de vendas. A TIM e Telefônica Vivo disseram que não
tem problemas de abastecimento nas lojas.
A Apple disse que não iria comentar.
MARCA
A escassez de aparelhos nas lojas não tem relação com a decisão
publicada pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) no
último dia 13 de fevereiro, que deu à fabricante brasileira Gradiente o
uso exclusivo do nome iPhone para aparelhos celulares no Brasil.
O posicionamento do órgão ocorre em uma discussão em torno do uso da
marca "g grandiente iphone", que foi registrada pela Gradiente no Brasil
em 2000, sete anos antes do lançamento do iPhone da Apple.
Apesar de favorável à Gradiente, a decisão não implica em proibição da
comercialização dos produtos com a marca iPhone pela Apple, informou a
assessoria de imprensa do Inpi.
O impedimento só pode ser determinado por medida judicial, ou seja, caso
a Gradiente opte por pedir o direito exclusivo de comercialização da
marca à Justiça, segundo o órgão.
A Gradiente informou que ainda não tomou uma decisão a esse respeito.
Outra possibilidade é que a fabricante entre em um acordo com a Apple.
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