quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Rede social de idiomas cresce no país

O estudante Bruno Tadeu, 23, morador de Arcoverde, sertão pernambucano, percorre todos os dias cerca de 240 quilômetros para ir e voltar do campus de Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco, onde cursa a faculdade de economia.
Cerca de nove horas depois de sair de casa, a jornada ainda não terminou. Tadeu dedica parte do pouco tempo livre para estudar japonês e russo. Ao contrário do curso de economia, porém, o estudante não precisa sair da cidade. Tudo o que precisa está no computador.
Tadeu é um dos quase 3 milhões de brasileiros que optaram pelo ensino virtual de idiomas na rede social Livemocha, site que propõe o ensino de 35 idiomas por meio de expressões, fotos, vídeos e promove a interação entre falantes nativos numa espécie de ensino interativo.
Criado há três anos nos EUA, o portal --que já tem quase 30% de sua base de usuários composta de brasileiros que o conheceram principalmente pelo boca a boca virtual-- quer aumentar a participação no país.
Hoje são quase 40 milhões de brasileiros que acessam redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter.
"Identificamos no Brasil uma das maiores oportunidades de negócio", afirma Michael Schutzler, presidente da companhia.
Embora ofereça serviços gratuitos, em que é possível aprender elementos básicos dos idiomas, o portal aposta no crescimento das vendas dos módulos pagos -que custam R$ 40 por mês.
Uma das táticas para ampliar a visibilidade do portal envolve a parceria com companhias locais para ensino, principalmente, de idiomas como espanhol e inglês.
Uma dessas parcerias já foi firmada com a Telefônica e oferecerá descontos para clientes Speedy.
Outra ação é o trabalho com o Sebrae em Santa Catarina, que prevê a distribuição de acessos ao conteúdo pago do Livemocha para 25 estudantes por dois meses.
INVESTIMENTOS
Por trás da operação mundial do Livemocha estão fundos de investimento que já garantiram US$ 14 milhões em aportes ao portal, entre eles o Maveron Funds, cocriado pelo presidente da Starbucks, Howard Shultz.
O Livemocha não é o primeiro no ensino on-line de idiomas -existem pelo menos seis outros portais.
Segundo especialistas, apesar da inclinação dos brasileiros por redes, um desafio será conquistar o usuário para esse tipo de aprendizado on-line, que, diferentemente de outros países, só agora começa a se popularizar.

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